quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Coroa de Advento

A Coroa de Advento



            Os símbolos ajudam-nos a celebrar melhor.
            O Advento e o Natal celebramo-los a partir de orações, cantos e sobretudo leituras bíblicas que nos introduzem no seu mistério. Mas também nos pode ajudar, tanto na Igreja com no ambiente familiar ou escolar, um símbolo tão simples como o da Coroa de Advento ou, como lhe chama o Ritual das Bençãos, a coroa das luzes de Advento.
            Trata-se de um suporte, normalmente redondo, com um aro de arame ou madeira, revestido de ramos vegetais ou de musgo: ou seja, uma coroa entrançada com uma verdura que se conserva, como os fetos. Sem flores. Sobre ela colocam-se quatro velas novas, de cor uniforme ou variada, como se prefira.

O sentido das velas

            No início da primeira semana de Advento acende-se uma vela. No segundo Domingo, duas. E assim sucessivamente até que, nas vésperas do Natal e no o quarto Domingo, já estão acesas  em todas as celebrações (dominicais e diárias) as quatro velas. Umas, naturalmente, gastaram-se  mais que outras. As velas que normalmente se colocam no altar, continuam lá. Têm um simbolismo diferente.
            Também pode colocar-se uma quinta vela, branca no centro, na Noite de Natal: para expressar que o Advento foi tempo de preparação e é mais importante o Natal, com as suas duas grandes semanas. Pode-se juntar também uma imagem do Menimo, dentro da própria coroa de Advento.
            Com este símbolo da coroa, simples e dinâmico, trata-se de ir criando uma atitude de espera, com o seu jogo numérico, com o simbolismo da luz do verde, e com uma aproximação gradual que convida à preparação da vinda de Cristo Jesus, Luz e Vida para todos. No meio de um mundo secularizado, que tende a celebrar o Natal com slogans meramente comerciais, a coroa pode ser um pequeno símbolo dos valores que nós, os cristãos, vivemos nestes dias.
            Natal é a festa da luz: “O povo que andava nas trevas, viu uma grande luz”. Cristo é a Luz do mundo. É Ele quem, com a Sua vinda, nos ilumina e nos conduziu à esperança.


Quando a coroa se utiliza na família, no grupo de catequese ou na escola, pode    dar lugar a um simples e sentido momento de oração:
            - coloca-se num lugar digno, sobre uma mesa, talves aos pés de uma             imagem da Virgem,
            - canta-se uma estrofe de um canto de Advento,
            - lê-se uma leitura profética tirada das leituras da Missa,
            - pode-se recitar uma poesia ou uma oração de esperança,
            - acende-se na primeira semana uma vela, na segunda duas, etc.;                  pode fazê-lo cada semana um membro diferente da família ou do                       grupo,
            - pode-se rezar um Pai Nosso, Avé-Maria e Glória,
            - para concuir uma outra estrofe do canto de Advento.

Orações para acender as velas
Este rito de acender  a coroa com uma oração, faz-se em todas as Eucaristias dominicais. Nos restantes dias, as velas estão acesas antes de começar a celebração.
Durante o canto de entrada, ou depois da saudação e de uma breve monição, uma ou várias pessoas da comunidade levantam-se para acender as velas correspondentes. Podem-no ir fazendo pessoas representativas: crianças, jovens, um casal, uma religiosa...
Pode-se acompanhar o acender das velas com um cântico adequado ou com uma monição. No Ritual das Bençãos (nn.1235-1242) existe uma breve monição da coroa e um rito de benção parea o efeito.
Podem-se dizer também estas orações , que podem ser recitadas pela assembleia.

1º Domingo de Advento
Acendemos, Senhor, esta Luz,
como aquele que acende sua Lâmpada
para sair, de noite,
ao encontro do Amigo que se aproxima.
Nesta primeira semana de Advento
queremos levantarmo-nos para Vos esperarmos preparados,
para Vos receber com Alegria.
Muitas sombras nos envolvem, muitas carícias nos adormecem.
Queremos estar despertos e vigilantes,
porque Vós nos trazeis a Luz mais clara,
a Paz mais profunda,
a Alegria mais verdadeira.
Vem, Senhor Jesus,
vem, Senhor Jesus!

2º Domingo de Advento
Os profetas mantinham acesa
a esperança de Israel.
Nós, como um símbolo,
acendemos estas velas.
O velho tronco está brotando,
floresce o deserto...
a humanidade inteira estremece
porque Deus se fez próximo em nossa Carne.
Que cada um de nós, Senhor,
Vos abra a sua vida para que brotes,
para que floresças, para que nasças,
e mantenhas em nosso coração
acesa a Vossa esperança.
Vem, depressa, Senhor,
Vem salvador do Mundo!

3º domingo do Advento
Nas trevas se acendeu uma Luz,
no deserto clamou uma Voz.
anuncia-se a boa notícia:
O Senhor vai chegar!
Preparai os seus caminhos.
Adornai  vossa alma  
como uma noiva se adorna no dia do casamento.
Já chega o Mensageiro.
João Baptista não é a Luz,
mas anuncia-nos a Luz.
Quando acendemos estas três velas
cada um de nós quer ser
tocha que ilumine e que Vos faça brilhar,
chama para que possas aquecer.
Vem, Senhor, vem salvar-nos,
envolvei-nos na Vossa Luz,
aquecei-nos no Vosso amor.

4º Domingo do Advento
Ao acendermos estas quatro velas, no último domingo,
pensamos n’Ela, a Virgem,
Vossa Mãe e Mãe nossa.
Ninguém vos esperou com maior ânsia,
com mais ternura e mais amor.
Ninguém Vos recebeu com mais alegria.
Semeastes-Vos nela,
como o grão de trigo se semeia no sulco.
E em seus braços encontrastes a colina mais formosa.
Também nós queremos prepararmo-nos assim:
na fé, no amor,
no trabalho de cada dia.
Vem, Senhor Jesus! Vem salvar-nos!

Adaptado por Pe. Aramro Gonçalo, a partir de Missa Dominical, 1996 (15)

Amarante, Advento 1996

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