sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Natal, a criança e a sociedade



O Natal é também festa da criança. Jesus fez a experiência de ser criança pobre, na periferia, com submissão aos pais, crescendo em idade, sabedoria e graça numa família. Deus veio ao mundo não como guerreiro, nem como rei ou imperador. Escolheu o caminho da família, acolhemos o Menino Jesus.
Benditos são as casais estéreis que tudo fazem para engravidar. Reconhecidos e agradecidos sejam todos que praticam a adoção de adultos e crianças. Bem-aventurados os que não impedem a criança de nascer e respeitam este direito fundamental dos nascituros. Nossa gratidão se estenda à Pastoral da Criança, do Menor, dos Coroinhas, da Infância Missionária, do Apoio às Gestantes, da Primeira Eucaristia.
Hoje, o mundo nos surpreende com a diminuição de nascimentos e a “síndrome do filho único”. As famílias estão tendo menos filhos. Todos fomos enganados pelo mercado e pelo consumismo. A criança se tornou um sinal dos tempos”. De um lado, vemos as crianças-soldado, aprendendo manusear o fuzil, de outro lado o inseparável celular se tornou um ídolo perigoso. Cria a dependência doentia das crianças. Criança precisa de precisa de presença e não só de presentes.
O menino encontrado morto numa praia da Turquia chocou o mundo inteiro. Qual será o futuro das crianças migrantes? O Papa Francisco fala da “via-sacra dolorosa” das crianças: pedofilia, tráfico, trabalho escravo, agressão. O mundo civilizado ainda repete a crueldade de Herodes. As crianças são vitimas dos adultos, do sistema econômico, das guerras e de um mundo sem coração, sem vergonha, sem compaixão, sem Deus.
Uma sociedade é julgada pelo modo como tratas as crianças. Toda criança nasce para tornar o mundo melhor, para enriquecer o encontro das gerações, para ser um bem da família, da comunidade e do mundo. Uma sociedade sem criança é doentia, triste e cinzenta, diz o Papa Francisco. Estamos pagando muito caro pela adesão à mentalidade anti-natalista. Sem esquecer que o filho único não é a melhor solução, assim dizem os psicólogos e estudiosos.
Criança quer dizer vida, esperança, futuro, alegria. Ela é memória de um amor que a gerou. Um adulto não entra no reino de Deus se não tiver um coração de criança. Não proibamos as crianças de nascer, de conhecer Jesus, de ser carregadas ao colo, de receber o leite materno, de ter irmãozinhos. “Deixai vir a mim as criancinhas” ordenou Jesus.
Ele nos ensina que os anjos das crianças contemplam o rosto do Pai que está nos céus. O melhor que podemos dar às crianças é o carinho, a disciplina, a fé, a educação, a presença e o amor. Cresce saudável a criança que percebe o amor entre o pai e a mãe. Não esqueçamos que a vida intrauterina e a infância são as etapas que mais marcam nossas vidas. Que seja também curada a criança ferida que mora dentro de cada um de nós.
O Natal é uma excelente chance de evangelização das crianças através do presépio e do Menino Jesus. Papai Noel é para o mercado, o Menino Jesus nasceu pobre, humilde e na periferia. Ele é o centro e a estrela do Natal. Filho de Deus está entre nós. Veio por intermédio da família se fez feto, embrião, nascituro, criança.
O tempo do Advento simboliza o tempo da gestação de Jesus no seio de Maria. Sejam acompanhadas, ajudadas, abençoadas as mães grávidas. Natal é a festa da vida, é o aniversário natalício de Jesus em Belém, o salvador do mundo. É hora de renascer, de começar sempre de novo, de refazer nossa vida. A infância espiritual é sinal da maturidade da fé. Entendemos por infância espiritual a humildade, o desapego, a pobreza evangélica, a pureza do coração.
Tornar-se pequeno como uma criança é a exigência central do reino de Deus. Trata-se de abdicar do poder, da arrogância, da fama, das aparências, dos interesses egoístas. Ser como criança que dizer antes de tudo humildade da qual brotam atitudes de descentralização, desapego, pobreza evangélica. Longe de nós a mentalidade de privilégio, autoritarismo, exclusão, dominação. A manjedoura de Jesus abalou o trono de Herodes. Herodes caiu, Jesus permanece.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                
                                                       
Orlando Brandes

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ano da Misericórdia: entenda o significado e como receber indulgências

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Ano da Santo da Misericórdia já está se aproximando: a abertura acontecerá no próximo dia 8 de dezembro, na Solenidade da Imaculada Conceição. E para entender melhor o que significa este ano jubilar e como bem viver, seguem abaixo as orientações, como praticar as obras de misericórdia e receber indulgências.
Outra dica também para os jovens é se aprofundar na mensagem do Papa Francisco para a XXXI Jornada Mundial da Juventude 2016, a ser realizada de 25 a 31 de julho, em Cracóvia (Polônia). O tema da JMJ se insere no contexto do Ano da Misericórdia e este texto do Santo Padre orienta ainda os jovens a como se preparar para o grande encontro mundial.
O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização preparou também um site com todas as informações e notícias sobre o ano jubilar. Acesse AQUI.
O que é o Ano Santo?
O Papa Francisco anunciou o Jubileu do Ano Santo da Misericórdia por meio da Bula de Proclamação Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia). O Jubileu inicia em 08 de dezembro de 2015 e se concluirá no dia 20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
A celebração do Jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado especial. A festa se realizava a cada 50 anos. Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. Era um ano de reconciliação geral. Na Bíblia, encontramos algumas passagens dessa celebração judaica (cf. Lv 25,8).
O que significa Jubileu?
A palavra Jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que se refere ao chifre do cordeiro que servia como instrumento musical. Jubileu, também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria. Na tradição católica, o Jubileu consiste em que durante um ano se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições estabelecidas pelo Papa. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos uma em sua vida. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado. O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário. É um convite para que, de maneira mais intensa, fixemos o olhar na Misericórdia do Pai.
Por que abrir uma porta no Ano Santo?
A Porta Santa, na Basílica de São Pedro, em Roma, só se abre durante um Ano Santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimônia de abertura, o Papa toca a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”. Depois de aberta, entoa-se um canto de Ação de Graças e o Papa atravessa esta porta com seus colaboradores.
O que fazer nesse ano?
Na Bula Misericordiae Vultus, o Papa Francisco sugere algumas iniciativas que podem ser vividas em diferentes etapas:
  • Realizar peregrinações;
  • Praticar as obras de misericórdia;
  • Intensificar a oração;
  • Passar pela Porta Santa em Roma ou na Diocese;
  • Perdoar a todos;
  • Buscar o Sacramento da Reconciliação;
  • Superar a corrupção;
  • Receber a indulgência;
  • Participar da Eucaristia;
  • Fortalecer o ecumenismo;
  • Converter-se.
O que é a indulgência?
Indulgência é a remissão diante de Deus da pena devida aos pecados, cuja culpa já foi perdoada. Cada vez que alguém se arrepende e se confessa, é perdoado a culpa dos pecados cometidos, mas não a pena. Por exemplo, se alguém mata uma pessoa e se arrepende, depois pede perdão e procura o Sacramento da Penitência, receberá o perdão. Contudo, como repassar o mal cometido que tirou a vida de alguém? Por isso permanece uma pena após o perdão. Essa situação pode ter um indulto, uma indulgência, que a Igreja oferece em certas condições especiais e quando o fiel está bem disposto a buscar a santidade de vida, aproximando-se cada vez mais de Deus. A Igreja pode oferecer a indulgência pelos méritos de Cristo, de Maria e dos santos que sempre participam da obra da salvação. Sobre isso, escreveu o Papa Francisco: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanecem. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, 22).
Como receber a indulgência?
Para receber a indulgência todos são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à Celebração da Eucaristia com uma reflexão sobre a Misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração pelo Papa, para o bem da Igreja e do mundo inteiro.
Há indulgências para os falecidos?
A indulgência pode ser obtida também para os que faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na Celebração Eucarística, também podemos, no grande mistério da Comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraça-los na felicidade sem fim.
E os doentes e idosos?
Para eles será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor que no mistério da sua paixão, morte e ressurreição indica o caminho para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança este momento de provocação, recebendo a comunhão ou participando na Celebração Eucarística e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será, para eles, o modo de obter a indulgência jubilar.
As obras de misericórdia
A experiência da misericórdia torna-se visível pelo testemunho concreto. Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente, obterá a indulgência jubilar.
Obras corporais
  1. Dar de comer aos famintos;
  2. Dar de beber aos que tem sede;
  3. Vestir os nus;
  4. Acolher o estrangeiro;
  5. Visitar os enfermos;
  6. Visitar os encarcerados;
  7. Sepultar os mortos.
Obras espirituais
  1. Aconselhar os duvidosos;
  2. Ensinar os ignorantes;
  3. Admoestar os pecadores;
  4. Consolar os aflitos;
  5. Perdoar as ofensas;
  6. Suportar com paciência as injustiças;
  7. Rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
Com informações do Jubileu da Misericórdia da Arquidiocese de Porto Alegre
Fonte: http://www.jovensconectados.org.br/ano-da-misericordia-entenda-o-significado-e-como-receber-indulgencias.html