Comum1407: Perfeitos como o Pai
Nesse domingo, continuaremos o Sermão da Montanha.
Jesus nos coloca a essência do seu ensinamento:
O AMOR,
para sermos "perfeitos
como o Pai".
O Evangelho apresenta mais dois
exemplos (antíteses),
que mostram a novidade de Jesus em relação a antiga Lei:
Perdão x vingança, Amor x Ódio... (Mt, 5,38-48)
1) PERDÃO: "Ouvistes: Dente por dente, olho por olho..."
É a conhecida Lei do talião, que não
pretendia autorizar a vingança,
mas
limitar: não podia ser maior do que a violência original...
EU: "Não ofereçais resistência ao malvado...":
Jesus cita quatro exemplos de situações de violência:
-
Violência física: Se te bater na Face direita à
oferece a esquerda;
- Injustiça econômica: Se tomar tua túnica à
dá-lhe também o manto;
- Abuso do Poder: Se
mandar andar um Km à anda dois;
- Empréstimo: Se
alguém te pedir à
não vires as costas.
Na lógica dos homens é uma loucura... O próprio Cristo
diante da bofetada,
não ofereceu a outra face... mas protestou...
- A Lei antiga procurava limitar a violência, mas, na
prática, justificava...
- JESUS:
Não é suficiente...
o
Cristão deve ser um sacramento de amor e de perdão.
PERDÃO: é uma extensão do amor. Através do perdão,
o amor é confirmado e a paz se faz presente na relação
humana.
A não resistência ao malvado rompe o ciclo contínuo da
vingança.
- Perdão é cortar o mal pela raiz, extinguindo a maldade e o
ressentimento.
A dificuldade de
perdoar impede o seguimento radical de Jesus Cristo
- Não é uma resignação fatalista, mas a não violência ativa
do amor...
(Exemplos:
M.L.King, Gandhi, Dom Romero...)
- Suportar a injustiça não significa aprová-la, pode ser uma
denúncia profética...
= Amar como Deus ama
é o núcleo do novo.
Só
assim podemos rezar o Pai Nosso: "Perdoai,
assim como perdoamos..".
* O Espírito de vingança ("Talião" de hoje)
está bem enraizado
também em nosso coração:
"Quem ri por último, ri melhor...";
"Não levo desaforo para casa..."
2) AMOR AOS INIMIGOS: "Ouviste o que foi dito:
Amarás o teu próximo,
e odiarás o teu inimigo..."
EU: "Amai os vossos inimigos, e rezai pelos que vos perseguem..."
- Já no Antigo Testamento
encontramos:
. "Não guardes ódio
no coração contra teu irmão".
. "Não procures
vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas".
. "Amarás o
próximo como a ti mesmo..." (1ª Leitura Lv
19,1-2.17-18)
O texto esclarece que a "Santidade" que o Senhor
exige
não se manifesta em formas de religiosidade externa,
mas no amor ao irmão.
Mas na prática, o amor ao próximo se limitava só para os
compatriotas...
- JESUS: amplia
as dimensões da caridade: amar até os
inimigos...
Motivo: Uns e outros são filhos de Deus = irmãos...
A compreensão de que somos todos filhos do mesmo Pai e Mãe e
a percepção de que seu amor é sem limites leva à
fraternidade universal,
à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria,
tendo como meta a união e a paz.
E nos apresenta um Modelo:
O Pai Celeste:
"Sede perfeitos
como o Pai celeste é perfeito..."
A Imitação de Deus, na sua perfeição ou santidade,
concretiza-se no amor manifestado também ao inimigo.
Trata-se de um amor gratuito e desinteressado,
que supera a restrição à religião e à raça.
"Desse modo vos
tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus".
O amor sem distinção possibilita fazer a experiência de
filhos,
reproduzindo na terra a bondade do Pai celeste,
que "faz nascer o
seu sol sobre maus e bons,
e faz cair a chuva
sobre justos e injustos."
O amor leva a superar o espírito de hostilidade, a vingança,
o ódio e o rancor, para construir a fraternidade.
Só assim nos tornamos verdadeiros filhos de Deus...
- "Se amais aos
que vos amam... que recompensa tendes?
também os publicanos (pecadores) o
fazem..."
- "Se saudais os
vossos irmãos... Os gentios também o fazem..."
* Será um programa realizável? Ou uma Utopia para sonhadores,
uma loucura?
A 2ª Leitura responde que é uma
loucura para os homens,
mas é "Sabedoria" para Deus. (1Cor 3,
16-23)
+ Temos inimigos a perdoar e rezar por eles?
+ Pessoas que não gostamos ou que não gostam de nós?
+ Qual a nossa atitude para com elas?
+ A Eucaristia que celebramos é de fato
um gesto de
COMUNHÃO com Deus e os irmãos?
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 23.02.2014
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