CFe 2016
A alegria pela IV Campanha da Fraternidade Ecumênica – CFE
1.
As Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do
Brasil (CONIC) assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato
evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim
e eu em ti; que também eles estejam em nós, a fi m de que o mundo creia que tu
me enviaste” ( Jo 17,21).
2.
O testemunho ecumênico coloca-se na contramão de todo tipo de
competição e de proselitismo, tão frequentes no contexto religioso. É uma clara
manifestação de que o diálogo e o testemunho conjunto são possíveis. É um apelo
dirigido a todas as pessoas religiosas e de boa vontade para que contribuam com
as suas capacidades para a promoção da convivência, da justiça, da paz e do
cuidado com a criação. É, também, uma comprovação de que Igrejas irmãs são
capazes de repartir dons e recursos na sua missão.
3.
A caminhada ecumênica realizada pelo CONIC tem mais de três
décadas. É uma trajetória marcada por fraternidade, confiança, parceria e
protagonismo. Dessa trajetória, podem ser destacados como expressões concretas
de comunhão fraterna as três Campanhas da Fraternidade Ecumênicas, realizadas
nos anos 2000, 2005 e 2010. Todas elas marcaram profundamente a vida das
Igrejas que nelas se envolveram.
4. A motivação para essas
Campanhas fundamentou-se na compreensão de que, no centro da vivência
ecumênica, está a fé em Jesus Cristo. Isso se deu, porque o movimento ecumênico
está marcado pela ação e pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikoumene) justa, sustentável e habitável
para todos os seres vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas
que causam e legitimam vários tipos de exclusão: econômica, ambiental, social,
racial e étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade de mulheres e
homens.
5.
É exatamente isso que acontece quando, neste ano, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) coloca outra vez à disposição do CONIC a
Campanha da Fraternidade, seu mais conhecido projeto de evangelização.
6.
Com esse espírito, no ano 2000, na virada do milênio e no contexto
do Grande Jubileu, foi realizada a primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica
com o tema “Dignidade humana e paz” e com o lema “Novo milênio sem exclusões”.
No ano de 2005, foi realizada a segunda Campanha da Fraternidade Ecumênica. O
tema foi “Solidariedade e paz” e o lema “Felizes os que promovem a paz”. A
Campanha Ecumênica de 2010 provocou o debate sobre o papel da economia na
sociedade. O tema foi “Economia e vida”, aprofundado com o lema bíblico “Vocês
não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24c).
7.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 apresenta o tema
“Casa Comum, nossa responsabilidade” e tem como lema “Quero ver o direito
brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O
objetivo principal é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as
pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes
responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
8.
Nesse tema e nesse lema, duas dimensões básicas para a
subsistência da vida são abarcadas a um só tempo: o cuidado com a criação e a
luta pela justiça, sobretudo dos países pobres e vulneráveis. Nessa Campanha da
Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogo que contribuam
para a reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a
política e a economia. Faremos essa reflexão a partir de um problema específico
que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade
e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país.
9.
Perguntamos: como estão estruturadas as nossas cidades? Quem
realmente tem acesso ao saneamento básico? No ano de 2014, o sudeste do Brasil
viveu uma das maiores crises hídricas já registradas na história recente do
país. Quem foi responsabilizado por isso? Por que os serviços de saneamento
básico, considerados como direito humano básico pela Organização das Nações
Unidas, estão em disputa?
10.
Com essa CFE colocamo-nos em sintonia com o Conselho Mundial de
Igrejas e também com o Papa Francisco. Ambos têm chamado a atenção para o fato
de que o atual modelo de desenvolvimento está ameaçando a vida e o sustento de
muitas pessoas, em especial as mais pobres. É um modelo que destrói a
biodiversidade. A perspectiva ecumênica aponta para a necessidade de união das igrejas
diante dessa questão. Nossa Casa Comum está sendo ameaçada. Não podemos,
portanto, ficar calados. Deus nos convoca para cuidar da sua criação. Promover
a justiça climática, assumir nossas responsabilidades pelo cuidado com a Casa
Comum e denunciar os pecados que ameaçam a vida no planeta é a missão confi ada
por Deus a cada um e cada uma de nós.
11.
É uma alegria compartilhar que nessa CFE, além das cinco igrejas
que integram o CONIC, somaram forças também: a Aliança de Batistas do Brasil, o
Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) e a
Visão Mundial. Outra novidade é que a IV Campanha da Fraternidade Ecumênica
será internacional, porque a Misereor, organização dos bispos católicos alemães
para a cooperação e o desenvolvimento, integrou-se nesse mutirão. Nossa oração
e desejo é que mais igrejas e religiões entrem nessa caminhada.
Uma Campanha da Fraternidade Ecumênica que cruza fronteiras
12.
Desde o ano de 1958, a Misereor realiza junto às comunidades
católicas da Alemanha a Campanha de Quaresma. Esta Campanha é uma expressão
concreta da comunhão e da solidariedade da Igreja no mundo inteiro. Ao longo de
sua história, a Misereor contribuiu para fortalecer a voz dos povos do Sul, que
lutam e buscam caminhos que possam conduzir ao bem-viver todos os homens e
todas as mulheres.
13.
Acolher a Misereor como irmã de caminhada na IV CFE significa
assumir que a cooperação para o desenvolvimento vai além de alguma ajuda
pontual para algum grupo específico. Desde uma perspectiva de fé, significa
também assumir a responsabilidade comum pelo futuro da Terra.
14.
Ao unirem-se nessa IV CFE, CONIC e Misereor experimentam uma nova
forma de cooperação. A concepção que orienta essa parceria é que os grandes
desafios do futuro, em especial aqueles relacionados aos direitos humanos e à
justiça climática, não podem ser enfrentados e muito menos resolvidos por um país
sozinho. É necessário que essa responsabilidade seja assumida ecumenicamente,
indo além das fronteiras geográficas e confessionais.
15.
O Brasil e a Alemanha são países econômica e culturalmente
diferentes. A partir dessas diferenças, entendemos que nossas responsabilidades
são comuns, porém diferenciadas. A IV CFE será um exercício de experimentar
essa unidade na diversidade. É por isso que na Alemanha o foco principal da
Campanha será o “Direito e justiça”, enfatizando que os direitos humanos,
econômicos, sociais e culturais são inegociáveis. Nesses direitos estão
presentes o acesso à água potável e ao saneamento básico.
16.
O ano de 2015 foi de intenso debate sobre as mudanças climáticas.
No contexto de preparação para a Conferência do Clima, promovida pelas Organizações
das Nações Unidas (ONU), foram realizados vários espaços de reflexão e
reivindicação por justiça ambiental. Duas ações expressam o comprometimento das
igrejas com a justiça climática. A primeira delas é o chamado do Conselho
Mundial de Igrejas (CMI) à “Peregrinação por justiça e paz” que denuncia a ação
destrutiva do atual modelo de desenvolvimento, os mais afetados são os mais
pobres. A “Peregrinação por justiça e paz” destaca a necessidade urgente da
superação desse modelo de desenvolvimento que está baseado no consumo e na
ganância.
17. A segunda ação é a
Encíclica do Papa Francisco Laudato Sí’: sobre o cuidado da Casa
Comum. Essa encíclica é a voz profética que clama para que
assumamos o desafio de proteger a Casa Comum unindo-nos por um desenvolvimento
sustentável e integral.
18.
A ONU reconhece o papel imprescindível das religiões para a
promoção de mudança de valores no que diz respeito ao meio ambiente. Ao nos
unirmos como igrejas de dois países tão diferentes, estamos assumindo a
responsabilidade comum em favor da criação.
19.
Na Alemanha, a dimensão ecumênica não estará ausente. Ela será
fortalecida pela Prece Ecumênica para a Campanha da Quaresma. Essa prece foi
elaborada de forma conjunta por Misereor, organização católica, Pão Para o
Mundo e organização luterana, com participação do CONIC. A oração expressa a
urgência de assumirmos a responsabilidade do cuidado com a Casa Comum: Deus,
justo e misericordioso, a Tua Terra, nossa Casa Comum, está em um estado
deplorável. Milhões de pessoas sofrem com a fome. Em muitos lugares, o direito
à moradia, à água e ao saneamento básico, o direito à autodeterminação
econômica, social e cultural é largamente desrespeitado. Estas realidades são
difíceis de suportar. Assustam-nos. Fechamos os olhos e a sensação de que “não
há nada que eu possa fazer” é forte. Paralisa-nos. Queremos sair dessa
armadilha. Queremos acolher o dom da Tua Criação e assumir a
responsabilidade por ela. Por isso, necessitamos da Tua ajuda e Te
rogamos: Que o cuidado para com a nossa Casa Comum nos dê uma voz forte para
denunciar todas as formas abusivas de exploração econômica. Que o saneamento
básico e a água potável limpa se tornem acessíveis para todos os cidadãos e
todas as cidadãs. Que Tu fortaleças a nossa esperança, para que o direito e a
justiça virem realidade. Que nós, teus filhos e tuas filhas, sejamos profetas,
preparemos o caminho para o Bem Viver e que estabeleçamos, através das nossas
palavras e das nossas ações, relações dignas entre as pessoas, para com a
Criação e para contigo, Deus. Amém!
E por que discutir sobre saneamento básico no Brasil?
20.
Como já dissemos, o abastecimento de água potável, o esgoto
sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle de meios
transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais são medidas necessárias
para que todas as pessoas possam ter saúde e vida dignas.
21.
A combinação do acesso à água potável e ao esgoto sanitário é
condição para se obter resultados satisfatórios também na luta para a
erradicação da pobreza e da fome, para a redução da mortalidade infantil e pela
sustentabilidade ambiental. Há que se ter em mente que “justiça ambiental” é
parte integrante da “justiça social”.
22.
Segundo o relatório “Progresso no Saneamento e Água Potável
–Atualização e Avaliação dos ODMs 2015”1 da UNICEF e da
Organização Mundial de Saúde (OMS), 2,4 bilhões de pessoas ficaram sem
acesso ao saneamento melhorado no ano de 2015.
23.
O Índice de Desenvolvimento do Saneamento no Brasil foi de 0,581.
Essa posição é inferior aos países desenvolvidos, mesmo frente a vários países
da América do Sul.
24.
Muito embora tenhamos uma lei que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico, este tema permanece um dos grandes desafios
para a qualidade de vida de todas as pessoas.
25.
A responsabilidade pela Casa Comum é de todos, dos governantes e
da população. As comunidades cristãs são convocadas por esta Campanha da
Fraternidade Ecumênica a mobilizar em todos os municípios grupos de pessoas
para reclamar a elaboração de Planos de Saneamento Básico e exercer o controle
social sobre as ações de sua execução.
26.
Essa ação será orientada pelo tema da CFE “Casa Comum, nossa
responsabilidade” e inspirada e iluminada pelo lema “Quero ver o direito brotar
como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Para tanto,
assumimos os seguintes objetivos:
Objetivo geral:
Assegurar o direito ao
saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por
políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o
futuro de nossa Casa Comum.
Objetivos específicos:
1.
Unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa
vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico;
2.
Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos
serviços de saneamento básico;
3.
Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza,
principalmente da água;
4.
Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o
seu Plano de Saneamento Básico;
5.
Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de
Saneamento Básico;
6.
Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de
saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em
conjunto;
7.
Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois
eles devem ser política pública como obrigação do Estado;
8.
Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade
à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.
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CAMPANHA DA FRATERNIDADE APRESENTAÇÃO
A Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo
Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade
e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas
de Deus.
Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da
Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na
busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de
deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como
visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a
constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3).
A Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes
objetivos permanentes:
1 – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
2 – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
3 – Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.
1 – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
2 – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
3 – Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.
A coleta da Campanha realizada como um dos gestos concretos de
conversão quaresmal tem realizado um bem imenso no cuidado para com os
pobres.
Ao percorrermos o itinerário da Campanha que nossos
irmãos nos prepararam, possamos continuar seguindo Cristo, caminho, verdade e
vida (Cf. Jo 14,6).
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APRESENTAÇÃO
A vida do
Evangelho indica um movimento de conversão, aponta o modo dinâmico da maturação
do ser cristão, discípulo/a de Jesus Cristo, o enviado do Pai para anunciar e
testemunhar a vida da Trindade. Assumindo nossa humanidade e fragilidade,
indicou a grandeza da finitude humana e a riqueza de sermos tomados pela vida
do Reino.
Ao celebrarmos os 50 anos da Campanha da Fraternidade, desejamos fazer memória e agradecer a Deus a bênção da conversão e da partilha. A memória guarda a graça do passado e sinaliza as veredas e os caminhos a serem trilhados.
Os temas das Campanhas são expressão da atualidade eclesial e social. A realidade refletida e rezada despertou a Comunidade de Fé e a sociedade em geral para uma necessária transformação, conversão para que as filhas e os filhos de Deus possam chegar à plenitude do Reino de Deus. Essas páginas desejam ser também uma expressão de gratidão para com todas as pessoas que, na sua disposição e disponibilidade, contribuíram na elaboração e realização das 50 Campanhas da Fraternidade.
Possa a Campanha continuar provocando o desejo de mudança, de conversão: “Converte-te e crê do Evangelho” (cf. Mc 1,15).
Brasília, 19 de março de 2013.
Solenidade de São José,
Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria
Padroeiro da Igreja Universal
+ Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Ao celebrarmos os 50 anos da Campanha da Fraternidade, desejamos fazer memória e agradecer a Deus a bênção da conversão e da partilha. A memória guarda a graça do passado e sinaliza as veredas e os caminhos a serem trilhados.
Os temas das Campanhas são expressão da atualidade eclesial e social. A realidade refletida e rezada despertou a Comunidade de Fé e a sociedade em geral para uma necessária transformação, conversão para que as filhas e os filhos de Deus possam chegar à plenitude do Reino de Deus. Essas páginas desejam ser também uma expressão de gratidão para com todas as pessoas que, na sua disposição e disponibilidade, contribuíram na elaboração e realização das 50 Campanhas da Fraternidade.
Possa a Campanha continuar provocando o desejo de mudança, de conversão: “Converte-te e crê do Evangelho” (cf. Mc 1,15).
Brasília, 19 de março de 2013.
Solenidade de São José,
Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria
Padroeiro da Igreja Universal
+ Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
INTRODUÇÃOA Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa
de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN,
como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa
humana, dos filhos e filhas de Deus.
Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf 1Ts 1,3).
A Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes: (1) Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; (2) Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; (3) Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.
Ao celebrarmos os 50 anos da Campanha da Fraternidade, registramos a memória do caminho percorrido: Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo de Natal, recorda o nascimento e primeiros passos; Pe. José Adalberto Vanzella, Secretário Executivo do Regional Nordeste V da CNBB, apresenta a fase de crescimento da estrutura, dos temas e lemas; Pe. Luiz Carlos Dias, Secretário Executivo da Campanha da Fraternidade, retrata o momento atual. Toda essa riqueza aparece emoldurada pelas mensagens que, a cada ano, os Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI enviaram à Igreja no Brasil, por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade, destacando a importância desse serviço inspirado pelo espírito penitencial da Quaresma.
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Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf 1Ts 1,3).
A Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes: (1) Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; (2) Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; (3) Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.
Ao celebrarmos os 50 anos da Campanha da Fraternidade, registramos a memória do caminho percorrido: Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo de Natal, recorda o nascimento e primeiros passos; Pe. José Adalberto Vanzella, Secretário Executivo do Regional Nordeste V da CNBB, apresenta a fase de crescimento da estrutura, dos temas e lemas; Pe. Luiz Carlos Dias, Secretário Executivo da Campanha da Fraternidade, retrata o momento atual. Toda essa riqueza aparece emoldurada pelas mensagens que, a cada ano, os Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI enviaram à Igreja no Brasil, por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade, destacando a importância desse serviço inspirado pelo espírito penitencial da Quaresma.
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SEJAMOS SOLIDÁRIOS!
27/03/2015
Por Dom Canísio Klaus
Bispo de
Santa Cruz do Sul (RS)
Iniciada na quarta-feira de cinzas, a Campanha da Fraternidade
chega ao seu momento decisivo na Semana Santa. Depois disso, o tema continuará
a orientar as ações da Igreja, mas sem o acento que lhe é dado durante o
período da quaresma. Mal comparando, podemos dizer que a quaresma está para a
Campanha da Fraternidade assim como o período de estudos na faculdade está para
os profissionais que se formam. Ao concluir o período de estudos, o aluno
coloca em prática o que aprendeu. Da mesma forma, ao concluir a quaresma, o
cristão deverá vivenciar aquilo que refletiu sobre o tema da Campanha da
Fraternidade. Assim como o profissional formado na Universidade deverá
permanecer em contínua atualização, também o cristão deverá se conservar em
permanente contato com a temática abordada. É por isso que costumamos dizer que
“a Campanha da Fraternidade não termina com a Páscoa”.
Da reflexão e da oração da presente Campanha da Fraternidade, se
espera que os cristãos católicos assumam nova postura diante da sociedade,
comprometendo-se com “a edificação do Reino de Deus”, que implica no “diálogo e
a colaboração entre a Igreja e a sociedade”. Se nenhuma ação concreta for
levada a efeito ou se nenhuma mudança de mentalidade ocorrer, deveremos
reconhecer que a campanha foi inútil, o que seria muito trágico para nossas
comunidades.
Numa feliz coincidência, a Campanha da Fraternidade de 2015
aconteceu em sintonia com a campanha da Cáritas que propõe “pão e justiça para
todas as pessoas”, afirmando que juntos formamos “uma só família humana”. Se
somos uma família humana, o bem estar de cada pessoa deve ser nossa
preocupação, e não podemos cruzar os braços diante das milhares de pessoas que
passam fome, não tem o amparo em sua doença, são migrantes ou estão sem casa. O
clamor do irmão que sofre deve mexer conosco e deve nos provocar à ação.
É por isso que, conforme diz o Texto Base, “a Campanha da
Fraternidade se expressa concretamente pela oferta de doações em dinheiro na
coleta da solidariedade. É um gesto concreto de fraternidade, partilha e
solidariedade, feito em âmbito nacional, em todas as comunidades cristãs,
paróquias e dioceses. A Coleta da Solidariedade é parte integrante da Campanha
da Fraternidade”.
Convido, pois, cada cristão que se sentiu tocado pelo convite à
conversão no tempo da quaresma, a que faça a sua generosa doação, “oferecendo
sua solidariedade em favor das pessoas, grupos e comunidades”. O conjunto das
ofertas constituirá o Fundo de Solidariedade, cujos recursos serão usados para
os projetos sociais da Igreja e para socorrer as vítimas de catástrofes, tais
como enchentes, secas e epidemias.
Que Deus nos mova à solidariedade e nos impulsione à construção
da fraternidade!
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