terça-feira, 15 de março de 2016

O Rosário na história da Igreja.

“Se o Rosário for bem apresentado, estou certo de que os próprios jovens serão capazes de surpreender novamente os adultos, ao fazer esta oração própria e recitá-lo com o entusiasmo típico da sua idade”.
(Beato João Paulo II, RVM - 43)
A palavra rosário deriva do latim rosarium, que significa "buquê, série de rosas, grinalda". Na Igreja Católica, o Rosário são os 20 ministérios que nos falam da encarnação, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, Pentecostes, Assunção e coroação de Maria Santísima. Cada Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória rezados são como rosas espirituais colocadas aos pés do Senhor e de sua Mãe.
O que dá embasamento a esta prática é que o Pai-Nosso foi a oração ensinada pelo próprio Cristo aos seus discípulos. A Ave-Maria repete as palavras pronunciadas pelo anjo Gabriel e a verdade de que ela é a Mãe de Deus (Theotókos), reconhecida no Concílio de Nicéia, no ano 431 D.C.
Surgiu, no sul da França, certa seita de hereges, propagadora de doutrinas perniciosíssimas e extremamente cruéis para a Igreja e para a própria sociedade civil.
Infelizmente, depressa aumentou o número dos seus adeptos, cuja violência se manifestava pelo incêndio das igrejas, pelo saque das cidades e pelo assassínio de gente pacífica, só porque recusava aceitar os seus vis ensinamentos. Pouco a pouco atraíram a si homens de grande influência.
O Papa mandou vários santos missionários para tentar convertê-los, mas em vão.
Os reis enviaram contra eles os seus exércitos, mas sem resultado. Eram tais os excessos por eles praticados que mais pareciam demônios saídos do inferno do que homens.
Foi então que surgiu São Domingos (1170 – 1221); por muito santo que fosse, nem mesmo ele conseguiu demovê-los. Estavam bastante endurecidos, e não se convertiam.
Nas suas dificuldades, este grande servo de Deus costumava pedir auxílio a Nossa Senhora. Dizem as maiores autoridades, entre elas Santo Antonino, que São Domingos teve em vida muitíssimas visões de Nossa Senhora. Ele mesmo confessou que a Virgem Santíssima não recusara escutá-lo.
Maria declarou solenemente, por três vezes, que a ordem de São Domingos era a Ordem dela e deu aos frades dominicanos o escapulário branco, que forma a parte distintiva do seu hábito.
São Domingos recorreu a Maria, com confiança ilimitada e, em resposta à sua oração, ela inspirou-lhe o Rosário como arma, pela qual ele haveria de conseguir as mais extraordinárias vitórias sobre o mal. Mas o Rosário de Domingos não era tal qual o temos hoje. Consistiria na pregação dos Mistérios principais da nossa salvação, o mais popular possível, sem deixar de ser bíblica, levando os ouvintes depois à recitação do Pai Nosso (Oração dominical) da Ave Maria (Saudação Angélica) sem a "Santa Maria" que foi introduzida posteriormente.
O Papa S. Pio V (1565-1572) foi o primeiro a instituir a devoção, em comemoração à grande vitória contra os muçulmanos, na Batalha de Lepanto, pois havia pedido, na batalha anterior, que toda a Cristandade rezasse o Rosário. Também por este motivo, ele criou a invocação "Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos". Em 1716, o Papa Clemente XI instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário no primeiro domingo de outubro, que coincide proximamente com esta grande vitória. A devoção expandiu-se em todos os tempos, sendo rezada inteira ou em três terços.
Com esta maneira de pregar e orar, Domingos converte, num espaço de tempo incrivelmente breve, milhares de hereges, e tão eficientemente que, muitos dos convertidos, se tornaram eminentes na santidade.
Foi esta, digamos assim, a primeira grande vitória do Rosário.
Desde então, milhares de Santos, Bem-aventurados, apóstolos e missionários da Ordem Dominicana, tem espalhado esta devoção por toda a Cristandade.
Sobressaíram no século XV o Bem-aventurado Alano de La-Roche, na Bretanha (França), Félix Fábri e Tiago Sprenger, em Colônia (Alemanha). Foi Tiago Sprenger quem, em Colônia, fundou a primeira Confraria do Rosário divulgada, depois por toda a Igreja.
A Batalha de Lepanto
No ano de 1571 tinham os turcos atingido o apogeu do seu poder. Pareciam ter a Cristandade nas mãos.
Os seus exércitos inebriavam-se com a vitória. Sentiam-se poderosos, estavam bem equipados e eram conduzidos por generais habilíssimos. A sua armada era superior em tudo à armada que os cristãos tinham para se defender.
Estavam já em seu poder províncias das mais belas e tinham agora por objetivo dominar a França e a Itália, apoderar-se de Roma e transformar a Basílica de São Pedro em mesquita turca. São Pio V governava a Igreja; e este santo e grande Pontífice estava aterrorizado com o perigo que ameaçava arruinar a própria civilização cristã.
Além de fracos, os governos cristãos estavam, infelizmente, muito divididos entre si. Intrigas, animosidades pessoais, ambições de cargos importantes impediam aquela união perfeita que se tornava tão necessária para resistir ao inimigo comum.
São Pio V pôs toda a sua confiança no Rosário, trabalhando, ao mesmo tempo, incansavelmente por unir as, aliás fracas, forças cristãs.
Por fim, deu ordem para que a armada dos cristãos se fizesse ao largo; e, embora eles fossem inferiores aos turcos em número, equipamento, artilharia e navios, incitou-os a que se batessem sem receio em nome de DEUS e de Nossa Senhora.
As duas esquadras defrontaram-se no dia 7 de Outubro.
Como para aumentar as dificuldades dos cristãos, o vento era lhes contrário, circunstâncias que, nesses tempos de navegação à vela, podia tornar-se desvantagem fatal.
Mas, obedecendo às ordens do Sumo Pontífice e colocando-os debaixo da proteção de Maria, a armada cristã investiu contra o inimigo com ânimo admirável.
E de súbito, o vento, que se mostrava tão adverso, mudou soprou com violência contra os infiéis.
A batalha durou umas poucas horas, com fúria encarniçada acabando pela total derrota da armadura turca.
Tão completa e esmagadora foi a vitória que o poder do Islã ficou esmagado e salva a Cristandade.
Durante esses terríveis dias, e especialmente no dia da batalha São Pio V orava fervorosamente a Nossa Senhora do Rosário co fervor intenso, recorrendo assim à Mãe de Nosso Senhor JESUS CRISTO.
No momento da vitória entrou em êxtase e teve a revelação de que os cristãos tinham vencido.
Voltando-se para os que o rodeavam, São Pio V deu-lhes a boa notícia e todos ajoelharam para dar graças a DEUS e à Nossa Senhora.
Para recordar e agradecer a DEUS pela vitória de Lepanto, alcançada pelas armas cristãs nesse 7 de Outubro de 1571, a Santa Igreja instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário. Prescrita primeiramente por Gregório XIII para certas Igrejas, foi estendida por Clemente XI ao mundo católico, em ação de graças por um novo triunfo alcançado por Carlos VI da Hungria sobre os Turcos em 1716.
Dos Salmos as Ave - Maria
Desde o século IX, a recitação dos salmos era a oração oficial da Igreja, conhecida como Liturgia das Horas. Os 150 Salmos recitados pelos monges eram assistidos pelos fiéis que desejavam participar desta prática de oração. Isto, porém, para a época era muito difícil, pois a maioria do povo não tinha acesso ao estudo, poucos sabiam ler e, para decorá-los era impossível.
Foi então, que um monge teve a iniciativa de recitar 150 Pai-Nossos em substituição aos Salmos.
Paralelamente à recitação dos Pai-Nossos, foram introduzindo a expressão bíblica da Saudação Angélica e a Exclamação de Isabel, como recitamos hoje na Ave-Maria.
No século XIII alguns teólogos perceberam que alguns Salmos continham certas profecias sobre os mistérios da redenção. Assim, compuseram uma série de louvores e preces a Jesus e deram o título de “Saltérios de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
Por volta do ano 1365, o monge Cartuxo Henrique de Halkar separou as 150 saudações angélicas em dezenas, intercalando entre cada dezena um Pai-Nosso.
Mas foi, especificamente, por meio de um frade Dominicano – Alan de Rupe -, em 1470, que teve origem o Rosário com um pensamento recitado junto a cada Ave-Maria.
No século XV, com o Renascimento, houveram grandes mudanças no pensamento, nas artes, na vida cristã e na liturgia da Igreja. Era um novo florescimento e um novo desafio para a Igreja.
O Rosário também passa por reformulações. Passa a citar um só pensamento entre cada dezena, relembrando os principais mistérios da redenção, formando-se assim os 15 mistérios do Rosário.
Em 16 de outubro de 2003, o Papa João Paulo II acrescenta um novo bloco de 5 mistérios (mistérios luminosos), para as contemplações do mistério de Cristo, totalizando em 20 mistérios.
O que é o Rosário Missionário?
O Rosário missionário é uma oração simples e popular. Saudamos e louvamos Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, de forma carinhosa e confiante.
Por ser uma oração simples todos podemos rezá-la. Rezando o Rosário, tornamo-nos discípulos de Jesus Cristo, com Maria e nos dispomos, como Maria, pela força do Espírito Santo, a realizar a missão de Jesus Cristo, o enviado do Pai.
Pela oração do Rosário Missionário podemos nos encontrar com todos os povos, raças e culturas da terra. Atingimos, desta forma, os imensos horizontes da missão.
Rompem-se os egoísmos e as intenções particulares, em nossas orações, para rezar pelas necessidades de todos os povos da terra.
Entendendo as cores do Rosário Missionário
O bispo Fulton Sheen (8 de maio de 1895 – 9 de dezembro de 1979), quando era diretor das POM dos Estados Unidos, teve a idéia de um Rosário Missionário. O rosário é formado por cinco dezenas, que são rezadas meditando-se em cinco "mistérios" da vida cristã. Cinco também são os continentes do mundo.
Ele escolheu uma cor para cada continente que, de alguma forma, recorda suas características. A cor representa cada povo e cada cultu­ra. O Rosário Missionário, além da devoção a Maria, mãe de Jesus, tem como objetivo unir pela oração todos os filhos de Deus presentes no mundo inteiro. Por isto a contemplação de cada mistério traz uma reflexão sobre cada continente.
A Finalidade do Rosário Missionário é oferecer um meio simples e prático de rezar pelas missões e pelos missionários.
Um testemunho eloqüente desta forma de oração tem sido o Papa João XXIII que rezava o rosário missionário todos os dias pelo mundo inteiro dedicando uma dezena a cada continente: “Como Papa, devo rezar pela humanidade inteira e o faço ao rezar o Santo Rosário Missionário”.
Assim recordemos o que o Documento de Aparecida nos diz e sejamos missionários através desta bonita oração do Rosário: “... o mundo espera de nossa Igreja Latina Americana e caribenha, um compromisso mais significativo com a missão universal em todos os continentes. Para não cair na armadilha de nos fechar em nós mesmos devemos formar como discípulos missionários sem – fronteiras, dispostos a ir ao outro lado, aquele em que Cristo não é reconhecido como deus e senhor, e a Igreja não está presente”. (Dpa. 376)
A cor verde recorda a África, com suas florestas e tam­bém a esperança do crescimento da Fé cristã, graças também aos missionários que lá se encontram.
A cor vermelha lembra as Américas, por causa da cor da pele dos primeiros habitantes, os índios, (“os peles-ver­melhas”, como foram chamados na América do Norte) e também o sangue dos mártires, derramado por estes povos na época da conquista destas terras pelos euro­peus e nos nossos dias. Mártires de ontem e de hoje.
A cor branca representa a Europa, terra da raça branca. É também o continente que tem a presença do Papa, o grande mensageiro e missionário da paz.
A cor azul lembra a Oceania, continente formado por muitas ilhas e necessitado de missionários, mas que já envia seus missionários para outras ter­ras, inclusive para o Brasil. É também o continente da ecologia, ou seja, o que mais luta pela preservação da natureza.
A cor amarela representa a Ásia, continente da raça amarela, berço das antigas civilizações, cul­turas e religiões. Lá se encontra quase metade da população do planeta e a menor porcentagem de cristãos. Vivem os extremos da riqueza e da pobreza.
Rezando o Rosário Missionário
Rezamos o Rosário Missionário como o Rosário Tradicional, em cada mistério um Pai Nosso, dez Ave Maria, um Glória ao Pai. Ao final de cada mistério invocamos a virgem dizendo: “Maria Rainha das missões, rogai por nós!”.
A particularidade deste Rosário Missionário são as cores de cada dezena, cujo objetivo é ajudar –nos a rezar pelas missões e pelos missionários presente em cada continente.
Sugerimos que em cada mistério tenhamos em conta a situação da missão em cada continente, Isto nos ajudará a rezar pelas alegrias e esperanças de cada um de seus habitantes.


Mistérios Gozosos
Segundas e Sábados
Mistérios Luminosos
Quintas-feiras
Mistérios Dolorosos
Terças e Sextas
Mistérios Gloriosos
Quartas e domingos
1º Mistério
Reza-se pela África

Anunciação

(Lc 1,28 - 31)

Batismo de Jesus

(Mt 3,17)

Horto das Oliveiras

(Lc 22, 41 - 42)
Ressurreição de Jesus(Mc 16, 9 – 11)
2º Mistério
Reza-se pela América

Visitação

(Lc 1,41 - 42)

Bodas de Caná

(Jo 2,1-12)

Flagelação

(Jo 18,40)

Ascensão de Jesus

(Lc 24,50-53)
3º Mistério
Reza-se pela Europa

Natal

(Lc 2, 7)
Anúncio do Reino de Deus (Mc 1,14 - 15)

Coroação de Espinho (Jo 19, 2 - 3 )

Vinda do Espírito Santo(At 2, 1 - 4)
4º Mistério
Reza-se pela Oceania

Apresentação

(Lc 2, 22 - 23)

Transfiguração

(Lc 9,35)

Subida ao Calvário

(Jo 16,18)

Assunção de Maria

(1 Tes. 4, 13 - 14)
5º Mistério
Reza-se pela Ásia

Perda e encontro

(Lc 2,46 - 47)
Instituição da Eucaristia(Jo 13,1)
Crucificação e morte (Lc 23, 44 - 46)

Coroação de Maria

(Ap 11, 19 - 12, 1)


Fonte: http://www.pom.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=64&Itemid=86

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