quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Comentário da Intenção Missionária do mês de agosto de 2009


Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de agosto de 2009,aos cuidados da Agência Fides (Roma)

O Concílio Vaticano II, no Decreto Dignitatis Humanae, declara “que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. O conteúdo desta liberdade é que os seres humanos devem estar imunes de coerção por parte dos indivíduos, de grupos sociais e de qualquer poder humano, bem como em matéria religiosa ninguém seja forçado a agir contra a sua consciência, nem seja impedido, dentro dos limites, de agir conforme a ela: de maneira privada ou pública, de forma individual ou associada. Além disso, declara que o direito à liberdade religiosa fundamenta-se realmente na própria dignidade da pessoa humana, como dão a conhecer a Palavra de Deus revelada e a razão. Este direito da pessoa humana à liberdade religiosa deve ser reconhecido e sancionado como direito civil na ordem jurídica da sociedade” (DH 2).A Igreja mantém e defende esta liberdade de consciência em matéria religiosa, e, respeitando as condições e as credos dos outros, sofre muitas vezes a incompreensão, a falta de respeito, incluída a perseguição cruel. No decorrer da história, os cristãos foram perseguidos. Se, por um lado, não deve causar surpresa a perseguição, visto que o Senhor a anunciou aos seus discípulos (“se perseguiram a mim, perseguirão também vocês), por outro lado, a perseguição representa a manifestação da falta de respeito pela dignidade humana da pessoa, e seus valores altos, como são os valores religiosos.Quando o Evangelho é vivido de maneira radical, isto não passa desapercebido pelos que vivem ao redor. Normalmente provoca duas reações: para alguns é causa de reflexão e exame da própria vida, e, não raras vezes, de conversão à fé; já, para outros, é ocasião de endurecimento e de rejeição. Santo Agostinho dizia que “a luz, que é amável aos olhos saudáveis, é odiosa aos olhos doentes”. Para as diferentes formas de totalitarismo político ou fundamentalismo religioso, a pessoa humana torna-se meio do qual se servir para os próprios interesses. Não se reconhece a sua dignidade nem se respeita a sua liberdade. O Papa Bento XVI afirma a propósito: “A liberdade religiosa está bem longe de ser em todo lugar efetivamente assegurada: em alguns casos ela é negada por motivos religiosos ou ideológicos; noutros, às vezes, mesmo reconhecendo seu valor, criam-se obstáculos nos fatos pelos poderes políticos ou, de qualquer maneira, pelo predomínio cultural do agnosticismo e do relativismo” (Bento XVI, Ângelus de 4/12/2005).A Igreja foi promotora desta liberdade de consciência. Ao mesmo tempo, deu testemunho de uma fé forte, chegando ao martírio, para confessar o nome de Cristo. Deste modo, muitos de nossos irmãos proclamaram a absoluta liberdade interior que dá o crer em Cristo, e que a fé em Deus é o valor supremo pelo qual vale a pena até morrer.Bento XVI afirmou que devemos rezar “para que cada pessoa humana possa realizar plenamente a vocação religiosa que está escrita em seu próprio ser” (5/12/2005). A visão do homem que impera em muitas das ideologias dominantes é uma visão puramente materialista, que se esquece da dimensão religiosa como parte essencial do ser humano. Portanto, a sua visão antropológica distorcida e parcial não dá importância aos valores espirituais.Aumente a intensidade de nossa oração, para que os nossos irmãos perseguidos possam viver abertamente a sua fé, tanto no âmbito público, quanto no âmbito privado. Que a nossa oração sustente a força de nossa fé, não obstante as dificuldades, e que o testemunho de sua convicção e paciência seja uma força que derrube as barreiras que se apresentam ao Evangelho e ajude a liberdade religiosa de todos os homens.

Fonte: http://www.pom.org.br/int_2009/int_ago_09.html

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