Infelizmente, até hoje muita gente identifica a Igreja com o poder, pelo fato de que, muitas vezes, no passado, ela foi aliada dos que governavam o mundo. Não é o caso agora discutir questões históricas e suas implicações, mas, de fato, na Igreja existem grandes “poderes”. Um deles é o Espírito Santo, alma da Igreja. Além de outros, gostaria aqui de destacar um forte poder dado aos homens: a oração.
Santa Teresinha do Menino Jesus tornou-se padroeira universal das missões sem nunca ter saído a campo, sem nunca ter feito grandes pregações. Descobriu a força, o “poder” da oração e oferecia todos os momentos de sua vida (em particular as dores de sua doença, pois era tuberculosa) em favor dos missionários que estavam na linha de frente da Igreja, fazendo o primeiro anúncio do Evangelho ou educando na fé àqueles que já se tornaram cristãos. Quanta gente Sta Teresinha ajudou a converter-se com suas orações. Quanta força deu aos missionários espalhados pelos cantos mais distantes do mundo!
Lembro-me de que,quando estava no seminário, numa das nossas manhãs mensais de recolhimento, o pregador contava o testemunho de um colega seu, que era capelão no Hospital do Câncer. Relatava o capelão que, certa vez, deu entrada no hospital uma criança já em estado terminal. A mãe pediu que o capelão levasse a Eucaristia diária a seu filhinho, que recém fizera a Primeira Eucaristia e gostaria de continuar comungando no hospital. O capelão então concordou mas pediu ao menino que lhe desse um “pagamento”. “Como pagar?” – perguntaram a mãe e o menino. O padre então explicou que havia uma jovem que também estava internada ali e que, embora tivesse sido atuante em grupos de igreja, estava revoltada com a doença e blasfemava muito. E, temendo que ela morresse em inimizade com Deus, o padre pediu que toda vez que o menino sentisse dor, fechasse os olhos e oferecesse sua dor e uma oração por aquela moça, de quem o padre escreveu o nome num papel e entregou ao menino, que aceitou “pagar” o que o padre pedia. Três dias depois a moça chamou o padre para se confessar, morrendo após receber a absolvição. No mesmo instante entrava no quarto uma enfermeira chamado pelo padre. Também o menino acabava de falecer. Indo ao quarto onde ele estava o padre encontrou-o com a mão fechada, guardando o papelzinho com o nome da moça. A enfermeira contou-lhe que aquela era a criança mais diferente que havia visto: nunca chorava, nunca reclamava dor, mas vivia com os punhos cerrados e as vezes tremendo. Quem pode duvidar que aquela criança foi a força necessária para a conversão e salvação da moça?
Este é o poder da oração, tão necessária para a atividade missionária da Igreja. Por isso os últimos Papas, em vários textos, têm insistido nesta forma de cooperação espiritual com as missões: oração frequente pelos missionários e por aqueles com os quais estarão em contato, para que não se desanimem e se eficazes aqueles e se abram á Boa Nova estes.
Para terminar lembro um ditado que diz: “a oração é a força do homem e a fraqueza de Deus
E então, vamos usar nossa força, nosso “poder”?
Pe. Edson Assunção
Secretário Nacional da
Infância e Adolescência Missionária.
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