terça-feira, 30 de novembro de 2010

II DOM Advento - ORAR A PALAVRA

Continuamos neste tempo de Advento a contemplar a presença de Deus que quer estar connosco e trazer-nos a salvação. Preparemos também nós a sua vinda! Continuação de bom Advento. Pe. Tarcízio Morais, sdb.





Ano A – II DOM Advento
«Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo»

Eis a palavra do profeta: chega o Reino de Deus. Preparai-vos. Arrependei-vos. Acreditai. A palavra de João Baptista prepara a chegada de um novo tempo em que gestos e acções serão sinais da presença de Deus: Jesus baptizará no Espírito Santo. E não seremos, também nós, dignos de lhe desatar as sandálias. Porque é o nosso Deus. Porque é Deus connosco. Porque é o nosso Salvador.

Evangelho segundo S. Mateus 3, 1-12
Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre. Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região do Jordão; e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. Ao ver muitos fariseus e saduceus que vinham ao seu baptismo, disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é o nosso pai’, porque eu vos digo: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga».

segunda-feira
Palavra
Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus».

João Baptista, um homem de Deus, um profeta, aparece a pregar a iminência do reino dos Céus, e recorda que, como preparação, as pessoas devem arrepender-se e mudar de vida. É estranho encontrá-lo no deserto, onde supostamente não há ninguém, mas era o lugar do auto-despojamento e do encontro com Deus. As pessoas, sabendo que era um profeta, iam lá ter com ele...

Meditação
Como reagiria se um homem de Deus me anunciasse hoje que Ele está perto e que, para O acolher, deveria arrepender-me e mudar de vida? Acreditaria que Deus está próximo e que me pede uma conversão? Em quê? Que valores, comportamentos, atitudes, palavras, pensamentos, desejos precisaria eu de mudar para estarem mais de acordo com Deus?

Oração
Agradeço-te, Senhor, por te fazeres próximo! Ajuda-me a reconhecer quão indigno/a sou de que venhas até mim. Sabes que, às vezes, quando mais me convém, até te rejeito. Tu conheces as minhas fragilidades. Com a força do teu Espírito, ajuda-me a converter-me no aspecto da minha vida que consideres mais urgente.

Ação
A conversão começa com pequenas coisas. É ilusão pretender mudar de vida de um momento para o outro. Portanto, escolho três coisas que quero começar a mudar em mim neste Advento. Que sejam coisas muito concretas. Neste esforço de conversão, confio na ajuda do Espírito de Deus.

terça-feira
Palavra
João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre.

Mateus, ao caracterizar João Baptista, pretende dizer que a sua conduta é coerente com as suas palavras. Ele veste-se e alimenta-se de maneira sóbria, como alguém que não se preocupa com mais nada senão com a vinda próxima do Senhor. E esta conduta, sem dúvida, interpela e é um convite à conversão.

Meditação
Vivemos numa sociedade em que se dá demasiada importância à imagem. Como cristão/a, que imagem dou? Sou coerente ou sou meias-tintas? Os outros conseguem perceber que sou seguidor/a de Jesus e que espero por Ele? Como?

Oração
Obrigado/a, Senhor Jesus, pelo dom da vocação cristã! Da minha parte, no entanto, reconheço que nem sempre tenho colaborado devidamente nesse dom. Hoje, renovo a minha vontade de ser mais e melhor seguidor/a e reflexo de Ti para o mundo de hoje. Perdoa a minha incoerência e cobardia, os meus silêncios e desinteresse. Faz-me mais coerente, mais corajoso/a, mais Teu/Tua!

Ação
Em que poderia melhorar a minha imagem de cristão de modo a que, como a de João Baptista, ela seja suficientemente interpeladora? Escolho três coisas na minha vida que poderia melhorar, como por exemplo: rezar antes das refeições, ser mais humilde, estar mais ao serviço, ser mais entusiasta, estar mais tranquilo/a, ser mais construtivamente crítico/a, amar mais a Igreja, calar os palavrões...?

quarta-feira
Palavra
Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região do Jordão; e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.

A este profeta do deserto que anunciava a proximidade do reino dos Céus e que exortava à conversão, estranhamente, acorria muita gente, de muitos lados, para confessar os seus pecados e ser perdoada, através do rito do baptismo.

Meditação
À semelhança dessa gente que vai ter com João Baptista, sou capaz de ir à procura dos homens de Deus, ou afasto-me deles porque são uma voz inoportuna e incómoda? Reconheço que preciso de ser perdoado/a por Deus? Sou suficientemente humilde para mostrar arrependimento e confessar os meus pecados? Sou humilde até ao ponto de me dirigir a um sacerdote?

Oração
(Rezo repetida, pausada e sentidamente estas palavras bíblicas, conhecidas como a oração de Jesus: ‘Senhor, Filho de Deus vivo, tem compaixão de mim, porque sou pecador/a’)

Ação
Se for possível, aproximo-me do sacramento da reconciliação para, neste tempo do Advento, não deixar para o fim este meu encontro com o perdão de Jesus. Se não for possível, vou procurar fazer um exame de consciência, esta noite, antes de me deitar.

quinta-feira
Palavra
Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais. O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo.

João exorta a que o arrependimento dos saduceus e fariseus seja sincero e que isso se traduza na prática de boas acções. E é urgente que assim seja, porque a vinda do Senhor está próxima, qual machado à raiz das árvores. Àquele que não praticar as suas obras acontecerá o mesmo que à árvore que não dá fruto e que é cortada e lançada ao fogo.

Meditação
Não basta arrepender-me se, depois, não faço nada com o perdão de Deus e nele não procuro forças para mudar de vida e dar frutos segundo a Sua vontade. Será o meu arrependimento sincero? Depois de arrependido/a, quais os obstáculos que encontro para a mudança? Onde posso encontrar mais forças para que as minhas acções estejam de acordo com o meu arrependimento?

Oração
Obrigado/a, Senhor, por me concederes o teu perdão. Peço-te desculpa por, egoisticamente, guardá-lo só para mim e nem sempre fazer bom uso dele. Assim, estou a condená-lo à esterilidade... Ajuda-me a multiplicá-lo pelos outros, e faz que ele seja um estímulo para praticar obras segundo o Teu querer.

Ação
Hoje, ao longo do dia, vou exercitar-me no perdão a mim mesmo e aos outros. Vou perdoar os meus pequenos defeitos e os pequenos defeitos dos outros: as minhas faltas de paciência e as faltas de paciência dos outros; a minha insensibilidade e a insensibilidade dos outros; a minha incoerência e a incoerência dos outros...

sexta-feira
Palavra
Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo.

Neste contexto da iminência do reino dos Céus, do arrependimento e do baptismo, João aproveita para profetizar sobre Jesus, perante o qual se sente indigno. Jesus, como novidade e radicalidade de Deus que é, como Sua palavra definitiva que é, baptizará no Espírito Santo e no fogo.

Meditação
Sabendo que Jesus é o Messias, João sentia-se indigno. Se me aparecesse Jesus cara a cara, como me sentiria? Sinto-me humilde diante d’Ele? Ele é para mim a novidade e a radicalidade de Deus, ou é apenas um entre outros? Eu, que fui baptizado/a, sou movido/a pelo Espírito e pelo seu fogo, ou não há em mim espaço de manobra para Ele?

Oração
Não tenho palavras, querido Deus, para te agradecer o dom de Jesus e do vosso Espírito. Peço-te perdão por nem sempre vos adorar como meu Deus e por insistir mais na minha vontade que na vossa. De modo especial, suplico ao Espírito que me ilumine quanto ao que devo pensar, dizer, fazer, sentir e desejar.

Ação
Vou procurar ter o Deus-Espírito Santo mais presente em mim, durante este dia. Consulto-o antes de qualquer acção, pensamento e desejo; imploro os seus dons (sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus) e frutos (caridade, alegria, paz, paciência, afecto, bondade, fidelidade, mansidão e auto-domínio); e, no fim, agradeço.

sábado
Palavra
Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo...

João aproveita ainda para dizer, numa linguagem corrente e escatológica (sobre o fim das coisas), que, no reino dos Céus que se avizinha, Jesus também é Aquele que fará justiça com as pessoas. A Ele tocará avaliar os seus frutos, recolher o que é proveitoso e deitar fora o que não presta.

Meditação
Que frutos tenho andado a produzir? Se Jesus viesse ter comigo de maneira definitiva ficaria contente com esses meus frutos? De que receio quando Ele me fizer justiça? Da minha indiferença, comodismo, vergonha, egoísmo? Às vezes, não preciso de ser tão duro/a comigo, porque Jesus, compassivamente, é capaz de ver algo de proveitoso onde eu não vejo nada.

Oração
Que melhores frutos posso produzir do que os frutos do Teu Espírito, Senhor? Faz-me caridoso/a com os que mais precisam... Dá-me a alegria contagiante... Ajuda-me a viver em paz e construir a paz... Faz-me paciente comigo para ser paciente com os outros... Torna-me afectuoso/a, bondoso/a e manso/a... Ajuda-me a ser fiel nas pequenas coisas... Concede-me o Teu equilíbrio. Ámen.

Ação
Aproveito este dia para me esmerar na produção de bons frutos - não por temor, não com segundas intenções (conseguir a recompensa de Deus, cair bem e ser bem visto pelos outros), mas por amor - praticando actos segundo Deus e para o bem dos outros e das outras coisas como: evitar as más-línguas, rezar por alguém, não fazer juízos sobre os outros, fazer reciclagem do lixo, colaborar nalguma campanha de Natal, etc.

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