sábado, 9 de abril de 2011

Dia 08 de abril Dia Mundial de Combate ao Câncer


Letícia de Souza Leite precisa transplantar a medula óssea, e não perde o otimismo
Dona de um sorriso largo, aos sete anos ela começa a perder os cabelos pela segunda vez. A leucemia contaminou seu sangue, mas não a alegria. Sapeca e brincalhona, Letícia de Souza Leite é um símbolo do Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, lembrado neste 8 de abril. No Brasil, a doença atinge cerca de 12 a 13 mil crianças todos os anos, conforme o INCA (Instituto Nacional do Câncer). Em Joinville, pelo menos 30 meninos e meninas recebem tratamento no Hospital Infantil Jeser Amarante Faria, que realiza cerca de 75 quimioterapias por mês.

Como a maioria dos pequenos portadores de câncer, Letícia precisa transplantar a medula óssea. Por isso, sonha em encontrar seu pai, provavelmente um doador 100% compatível. O agravante é que desde o nascimento de sua filha mais velha, ele sumiu do mapa. Ninguém da família conhece seu paradeiro. Assim, ela aguarda doador no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), em que a perspectiva de compatibilidade é de um para um milhão.

Feito prêmio da loteria, a cura da leucemia seria uma chance para a menina voltar a correr e brincar sem medo de danificar o catéter implantado em seu peito, no dia 26 de março, para tornar menos dolorosa a a aplicação diária de quimioterápicos. “Adoro pular corda, mas agora não dá, por causa do catéter. É perigoso”, diz a serelepe, enquanto “examina” sua boneca com instrumentos de brinquedo dados pela pedagoga Claudia, que compensa as aulas perdidas durante a internação.

Letícia não lembra que estuda no segundo ano da Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes, no bairro Adhemar Garcia, onde a doença foi descoberta há três anos, quando começava sua alfabetização. Ela tinha febres a cada 15 dias. Depois os febrões eram semanais. Os remédios não faziam efeito e ela cuspia sangue, o que lhe valeu um ano de internação.

Depois de dois anos em casa, recaiu e foi hospitalizada novamente. O único sinal de desânimo que deu antes de voltar à oncologia foi em tom de lamento: “Mãe, vou precisar passar por tudo aquilo de novo?”

Dedicação total

Edinéia de Souza Leite, 31 anos, foi mãe e pai ao mesmo tempo. Seu marido a abandonou tão logo Letícia nasceu. Com a doença, ela precisou largar o emprego para se dedicar totalmente à filha. O mesmo caminho foi seguido por sua mãe, que parou de trabalhar durante o dia para cuidar da neta mais nova, Larissa, dede 6 anos. A renda que sustenta a família vem da pensão de um salário mínimo paga a Letícia pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

Na primeira vez que a baixinha experimentou o dissabor da quimioterapia, perdeu todos os cabelos. E agora começa a perdê-los novamente. Mas este é apenas um detalhe. De tantos remédios, chegou a ter uma infecção no pâncreas, causada por uma bactéria. Quando suas defesas baixam, os contatos físicos são evitados. Na última vez em que isso aconteceu, mãe e filha ficaram isoladas por um mês e quatro dias, sem sair do quarto. Nem a irmãzinha podia vê-la.

“Quem enfrenta uma batalha dessas, sabe como é sofrido. Muitas mães não aceitam a doença. Mas se não tiver fé e confiança, não se supera”, diz a mãe, ao enaltecer que há dias em que o ânimo de Letícia não é o mesmo. Nem com as enfermeiras ela fala. Mas quando está bem, passeia pelos corredores carregando a bomba de infusão, que controla a velocidade com que o remédio entra no organismo, levando otimismo e sorrisos às demais crianças

Fonte: http://www.ndonline.com.br/joinville/noticias/em-joinville-sorrisos-para-enfrentar-o-cancer.html

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