quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ação Missionária

Ano 01/ Nº. 08 – Outubro Missionário/ 2011

Reafirmando a essência e a missão da Igreja!

Por Leka Paim*

Todos os anos a Igreja dedica o mês de outubro para refletir sobre sua essência e sua missão universal, como lembra muito bem o decreto Ad Gentes 2: “A Igreja é por sua natureza Missionária...”

A origem da Missão como partilha se encontra em Deus que por primeiro partilhou sua vida através da Criação e, mais tarde, confiou ao Filho Jesus o seu Plano de salvação para todos os povos.

Jesus disse “vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24, 48). Essa é a nossa Missão de cristãos. Ser discípulos do Mestre e dar testemunho de seu amor além das nossas fronteiras, e essa já não possui mais o sentido geográfico e sim as fronteiras da nossa doação.

Mês dedicado aos missionários, especialmente aqueles que movidos pelo desejo humano e divino de partilhar, derruba qualquer barreira, geográfica ou sociológica, religiosa ou humana, cultural, real ou virtual, para sair de si e ir ao encontro do outro, do diferente, do desconhecido. Missionário é uma pessoa sem fronteiras

Todo o ano no mês de outubro é feita a Campanha Missionária, e seu ponto alto é o Dia Mundial das Missões, no penúltimo domingo do mês. Para ajudar na reflexão do tema, as Pontifícias Obras Missionárias produzem e enviam a todas as dioceses subsídios missionários, com a mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões (23/10). As dioceses, paróquias e comunidades são convidadas a participarem da Campanha intensamente no mês missionário.

A temática é inspirada na Campanha da Fraternidade, numa perspectiva universal, para reafirmar a vida da própria Igreja que é, por sua natureza, missionária. O objetivo é aprofundar o sentido da nossa fé sem fronteiras e nos ajudar a viver nossa missionariedade.

O conteúdo da Campanha Missionária é um convite para lançar um olhar universal, aberto a todo o mundo, como aquele de Cristo que abraçava todos os povos. E este ano esta volta para a vida de nosso planeta, com o tema Missão na Ecologia

Nessa perspectiva renovamos o entusiasmo e a esperança para que, “com a confiança que brota da fé” (RM 56) e com a força do Espírito Santo, “protagonista da missão” (RM 30), todo o batizado se empenhe para que a Boa Nova de Jesus chegue até os confins da terra.

A coleta do dia Mundial das Missões é revertida a um Fundo Mundial de Solidariedade para projetos da Igreja universal em territórios de Missão, como a sustentação de dioceses, abertura e manutenção de seminários, financiamento de obras sociais, assistência aos missionários em todo o mundo. É realizada no Brasil em nível nacional desde 1972.

Bem sabemos que os recursos materiais não são o verdadeiro problema das missões hoje. O que preocupa o mundo missionário é a escassez de vocações. As missões precisam de pessoas livres que se doem sem medo a esta causa, que é a causa de Cristo.

O surgimento de vocações missionárias em nossas comunidades é sinal claro de sua maturidade cristã. Para ser verdadeiramente missionária, a Igreja no Brasil e no continente deveria dar daquilo que recebeu e ainda recebe. "Chegou a hora em que o Brasil devia dar de sua pobreza e de sua rica experiência" já diziam os bispos reunido no Concilio de Puebla (México em 1979).

Bento XVI em sua mensagem para o dia Mundial das Missões lembra as palavras do Venerável João Paulo II dizendo “no início de um novo milênio da era cristã, afirmou com força a necessidade de renovar o empenho de levar a todos o anúncio do Evangelho «com o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora» (Novo Millennio Ineunte, 58). É o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que está em busca das razões profundas para viver em plenitude a própria existência. Por isso, o mesmo convite ressoa todos os anos na celebração do Dia Missionário Mundial”.

Infelizmente, apesar de todos os esforços já realizados pela Animação Missionária, a consciência missionária da Igreja no Brasil ainda é inexpressiva. Recebeu grande incentivo com o evento de Aparecida, que propôs a toda Igreja a “Missão Continental – toda Igreja em estado permanente de missão”.

A responsabilidade pela Missão deixada por Jesus Cristo é de todos os balizados, pois ninguém tem o direito de se furtar a essa obrigação. Jesus deixou-nos um mandato e uma segurança, a de não estarmos sozinhos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 18-20).

"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”. (Lucas 10,1 ss). Estas palavras de Jesus continuam atuais e válidas. Pois mesmo depois de dois mil anos, a messe continua grande e, os operários ainda são poucos.

Para nós cristãos as palavras de São Paulo deveriam ressoar forte em nossos corações: "Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se eu não evangelizar" (1Cor 9,16).

Que Maria, “a grande Missionária, continuadora da Missão de seu Filho e formadora de missionários” (DAp 269), esteja sempre conosco, lembrando-nos de nossa missão.

(*extrato de textos de varios autores)

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